sábado, 19 de janeiro de 2013

Desalinhadamente Livre

Senta-se, estica as pernas no puff preto, acende o cigarro, fecha os olhos e deixa-se ir. Nada como ser um desalinhado! Sentir a liberdade da atitude, a liberdade da voz e a liberdade do pensamento. Só um desalinhado consegue compreender tamanha virtude que é ser assim.A música já passou aquela introdução, aquela espécie de prologo para uma viagem em tom de corrida fulminante. O primeiro bafo traz aquele pensamento distante, o som mostra o toque vincado que o David imprime na guitarra, a subtileza do som ao mesmo tempo com a profundidade da melodia, traz a mistura daquele charme que permite distinguir estes dos outros. Roça a perfeição, confessa.É assim que se sente. Com cigarro a meio, a música entra dentro daquele solo aclamado por todos, e é aí que sente aquela emoção maior de quem viaja sem querer se importar com o destino, é assim ser-se livre. O êxtase é total, tudo o que esta à volta, tudo o que está por dentro e por fora é esquecido, primeiro o fútil e acessório depois o importante e indispensável. É neste ponto que se define a prioridade das coisas, reflecte, e continua a viagem. E com o fim da música conclui-se, está de volta, retornou e chegou ao mesmo local de onde partiu. Mas regressou diferente,embora continuando livre, e cada vez mais livre. E é assim que se confessa. Tenho dito.

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