segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aprendi a aprender

Aprendi a gostar aprendi a amar aprendi a idolatrar, aprendi a ler aprendi a escrever aprendi a soletrar, aprendi a saltar correr fugir, aprendi a respeitar aprendi a ouvir a seguir, aprendi a contar a pensar a reflectir, aprendi ir a vir a regressar, aprendi a errar a insistir a desculpar, aprendi a julgar a criticar a aconselhar, aprendi a aprender....
A cada dia que passa respiro vida, e sinto-me um privilegiado por gostar assim tanto de viver, por ter assim tanto aprendido, e por saber que muito mais tenho a aprender. Muita gente conheci e outra tanta ainda vou conhecer, com todos sei que irei aprender mais. Sou um eterno curioso, e isso me faz viver a vida sempre em turbulências diferentes, nunca me cansando de deste mundo todo poder me inspirar.
Acredito que o conhecimento nos traz sabedoria, e que a sabedoria nos traz conhecimento, aprendi a não me cansar de querer aprender e espero nunca querer aprender a cansar de aprender!


Momento

"Momento é por definição o instante irrepetível. A música é pois, ainda que de forma estranhamente paradoxal, a arte de tornar perene o momento, estruturada que é no conceito de tempo e da repetição encantatória deste. Assim construí eu este disco. Uma maneira de tornar eternos os meus instantes, de os lançar como nuvens invisíveis sobre o céu carregado das melodias que me ensombram. Aqui habitam todos os fantasmas, as obsessões, as loucuras possíveis e todas as outras que não cheguei ainda a pronunciar. Das palavras faço canções que me fintam e se perdem por entre a harmonia seca de um piano qualquer. São as esquinas da cidade que me seduzem, mulheres vestidas de maquilhagem carregada, vultos escorregadios que tecem a noite como pássaros silenciosos, madrugadas encantadas entre as pegadas de um areal molhado pela chuva imprecisa. Os meus momentos são banais e por isso os canto. Esta vontade que tenho de tornar o real numa canção que repito até que outra canção me surja do sonho. Elas são o mundo a pulsar a cada piscar de olhos, o lento crescer de um lírio num deserto de cetim e cimento, as letras esbatidas de um jornal que ninguém lerá. Este é o meu Momento. Assim se cumprirão nas vossas mãos os meus instantes irrepetíveis."