domingo, 31 de janeiro de 2010

Diario da minha Paixão!

E eis que aqui me encontro, de quanto mais me quero lembrar, muito mais eu quero esquecer. O toque e o gosto são recordados, e acompanhados de uma lágrima sincera e de um sorriso convincente, que outrora pensei que fizessem sentido, recalcam a ideia de que nada mais passa de um momento, de uma história, o que se acredita hoje, descrê-se amanhã, o que se falou ontem, desmente-se depois. Algumas virtudes que possam ter incutido a ideia de que nunca iriam existir, fazem-se parecer como um fósforo, que se acende calorosamente no inicio, e que aos poucos se vai consumindo, fazendo viver uma chama intensa e luzidia, guiando um caminho longo longo que parece nunca mais acabar.

Quando se crê, quando se acredita, quando se vive, paralelamente a uma intensidade de entrega a esse fogo, de tão grande que seja que até parece queimar, esse longo caminho faz-se querer aumentar por uma estrada um pouco sinuosa, cheia de íngreme subidas e súbitas descidas. Mas aquando de mão dada se anda, a base temporal que faz bater o coração da nossa vida diminui, e tudo passa tão depressa, tão rápido, de tão fugaz que foi, toda e qualquer situação que quisesse ser recordada, não passa de pequenos flash's intemporais, dos quais fazemos uso numa redoma de imensas repetições em momentos mais melancólicos como este em que me encontro.

O autêntico fado da vida, em notas um tanto ou quanto melódicas mas ao mesmo tempo vibrante o seu tom deambulante, penetra naquele compasso que bate cá dentro, cheio de variações temporais consoante a exactidão do momento que formamos, faz-nos andar em frente, sem pensar nem reflectir, apenas viver, e em momentos em que a chama se reflecte mais fraca, e a musica se faz parecer mais lenta, é de tendência querer fazer em rasa volta e retornar ao ponto mais quente que possamos encontrar, esquecendo que o tempo corre mas não volta, e nos deparamos com a evidencia de não poder recuar.

É aqui que tomamos consciência de tudo, a saudade do não poder ter acontecido e a angústia do que pôde acontecer misturam-se em sentimentos redundantes no nosso pensamento, e ai mergulhamos num precipício bem alto. Alguns são aqueles que rebuscam das ideias mais inovadores para se puderem soltar da queda livre em que se encontram, mas muitos mais são aqueles que escondidos num orgulho profundo, esperam ansiosamente que dali os venham tirar, pois feridos que estão na alma, entregam o destino à sorte que num golpe fortuito os possa dali tirar.

O meu Fado, a minha sorte, o meu caminho, a minha chama, a minha queda, são coisas que tenho plena consciência com que me haverei de deparar, mas sei acredito e entendo que à sorte do destino não me entrego, entrego-me sim a alguém que o faça por me agarrar, porque o orgulho que sinto em vincar não é mais forte do que a vontade que tenho de AMAR!




5 comentários:

  1. opa... eu nem consigo ler tudo! nao tenho capacidade para tal... mas ve-se que e muito sentido! sentido lato!!! vai mas e ver a estreia da lua vermelha na sic que e ja daqui a nada...

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  2. e tu vai levar na peida!!!!panasca do caraças

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  3. Amei cada palavra...
    "...porque o orgulho que sinto e vincar não é mais forte do que a vontade que tenho de AMAR!" ;-)
    Beijos

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  4. djimais cara!
    ADOREI mesmooo...
    Beijinho *

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  5. E se essa vontade de Amar esteje presa por um orgulho profundo e ferido?!

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